O fim do mês de Novembro marca quase sempre as já míticas 24 horas TT de Fronteira. Este ano e após grandes e dificeis negociações, assistimos pela primeira vez aos dois dias de competição.
Manhã de sábado, 7h 30m, a Mitsubishi era curta para tanta tralha, em particular sacos de roupa e ainda dizem que as mulheres é que carregam tudo e mais alguma coisa, neste caso só visto, porque contado ninguém acredita. Depois de aturada análise, mete e tira de coisas, colocada a hipótese de levarmos dois carros, a decisão foi aliviar a carga, reduzindo no importante e levando o acessório. Só faltou mesmo ver a carga a saltar da caixa de carga, tal a pressão a que foi sujeita!!!
Primeira paragem foi em Cabeço de Vide, terra do poiso nocturno, sim, porque isto de ver automóveis com temperaturas quase polares, já não é para as nossas "provectas" idades e como tal, o aconchego dum lar é fundamental. Já lá vai tempo de passar noites ao relento à espera dos furiosos malucos dos automóveis. Aproveitamos ainda para aliviar a enorme tensão na traseira da pickup.
De seguida apontámos em direcção ao nosso poiso habitual, que este ano se revelou, má escolha no sábado, porque com a pista cheia de pó e o vento na direcção "errada", nos pôs a comer pó e a cagar tijolos.
Os vencedores |
Foi sempre assim durante esta edição - pó e mais pó... |
Resultado do acidente da 1ª volta |
Estão a descansar ou a meditar ? |
Momento... |
Não esquecer que a viagem foi longa e os ares do campo alentejano, puxam... Mas, estes gajos vão ver carros ou comer e beber? As duas coisas. Junta-se o útil ao agradável!
E de repente chegou a noite! Esta coisa de mudar a hora tem que acabar, é mau em todos os aspectos, até nas corridas.
Desmanchar o estaminé e fazer a romaria das boxes foi o passo seguinte. A grande concentração de pessoas e animação está aqui. Vale sempre a pena passar um bocado neste local. Mas, como frio apertou, decidimos que o melhor era ir até ao recato do lar e porquê? Porque, nos esperava uma panela, de 10 litros ou mais, cheia de ossos cozidos com chouriços e farinheiras caseiras. Dasse, comer outra vez? Já dissemos que os ares alentejanos têm esta propriedade, puxam pelo apetite e quando se tem muito, a gula aumenta bastante.
Depois de 2 horas ou mais, a roer os ossos e a esvaziar garrafas de tinto da Bairrada, a panela só tinha água da cozedura.
Onze e meia da noite e depois de instalarmos os poisos, para repousar das canseiras do dia e já estávamos todos a ligar os motores (alguns são mais tipo Boieng 777 a levantar do aeroporto de Cernache).
Sete e meia da manhã, levantar o cú da cama, lavar os quiabos e quando chego à cozinha, era só garrafas de agua das pedras em cima da mesa. Ao que parece a noite foi difícil para alguns, os roncas vingaram-se e obrigaram-nos a trabalho suplementar para desmoer.
Petit dejeuner, que de pequeno não tem nada e depois da visita ao único café, que mais parece um museu, aberto às 9 da manhã, ala que se faz tarde até ao poiso habitual. Lá chegados, alegria, porque o vento gelado, tinha mudado de direcção, outros iriam cagar tijolos aplainados...
Montar novamente a tenda e fomos ver carros, um pouco mais de metade dos que partiram. A maior parte, arrastavam-se pela pista, os reboques e a retro escavadora não tinham paranço, com tanta avaria.
Por volta das 11 horas de domingo era assim... |
Temos que destacar alguns carros e o Bowler V8 nº 3 é realmente extraordinário, um verdadeiro tanque de guerra. Sempre ao mesmo ritmo, sem barulhos e com aquele trabalhar que nos desperta os sentidos. O futuro vencedor, também rolava sem percalços, mas, muito mais devagar. Admirável a "nossa" Nissan Navara nº 20. Parecia um relógio, com barulhos é certo, mas direitinha e sem nada de maior. O 35º lugar final é que não condiz. E já agora, "nossa" porquê? Porque mais uma vez, andámos interessados num carro de competição, chegámos a trocar mail's com o dono espanhol e estivemos quase a ir ver a dita cuja, a Madrid. Nem escrevo mais nada, porque fico "emocionado", só de me imaginar a conduzi-la ali, àquela hora.
Um dos preferidos - Bowler Nemesis |
Quando demos por ela estava na hora de almoço. Ementa: Bacalhau assado na brasa com migas à moda de Coimbra, mas com pão alentejano.
Assar o bacalhau e aquecer o tinto |
A preparar a açorda |
Enquanto uns trabalham, outros... |
Já a corrida tinha acabado e os vencedores aberto o champanhe e nós a deglutir o já referido repasto. Descansar, deixar assentar e a pior parte chegava, desmontar tudo e voltar para junto dos entes queridos...
Para o ano há mais!
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